Mulher brasileira

A notícia é para deixar os machões de plantão preocupados. Cresce o percentual de mulheres que estão tomando a frente nas famílias brasileiras. Entre 2001 e 2009, passou de 27% para 35% o número de famílias que são chefiadas por elas. Em relação ao ano passado, o ex-sexo frágil passou a dar a palavra final em aproximadamente 22 milhões de residências. Os números são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e confirmam o poder do sexo feminino, aliás, o mesmo que toma posse em 1º de janeiro de 2011 como presidente da República.

Segundo os pesquisadores, o fenômeno é explicado pelo crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho. Cada vez mais a dona de casa, a doméstica, cede espaço para outras profissionais que mostram competência e hoje disputam com os homens os principais cargos. A diferença é cada vez menor mesmo em profissões até então dadas como preferenciais ao sexo masculino. Outra barreira que vem ruindo a cada ano está relacionada ao ganho salarial. No que, convenhamos, Justiça seja feita, se trabalha igual, tem que receber igual. E esse aumento atinge a todas as regiões do País.

Outra constatação fica por conta do equilíbrio percentual no caso de mulheres com ou sem cônjuges. Não é a falta de um companheiro, ou sua existência, que pesa. Cresce nos dois setores. A mulher, seja casada ou não, busca seu espaço e mostra competência. Ganha em liberdade e tem o poder de decidir sobre seu futuro e de sua família. Uma situação pouco comum há alguns anos. Essa independência produz profissionais capazes e que sabem de sua força. Hoje, tanto quanto o homem, a mulher brilha no esporte, na segurança, na administração e na política, entre outras.

Outro ponto destaca o fato de que 50,4% das mulheres chefes de família sem cônjuge têm ocupações de melhor qualidade do que os homens. Enquanto nas famílias chefiadas por mulheres que têm cônjuge 43,9% delas têm uma ocupação melhor. Ou seja, hora de se reverem alguns conceitos. Como lembramos no início, os machões precisam colocar "a barba de molho", ou melhor, nesse caso, as roupas de molho, depois enxaguá-las, levá-las ao varal, e os filhos na escola...